terça-feira, dezembro 19, 2006

Regresso ao passado

Ontem, pela primeira vez desde há muito tempo, voltei a ser feliz.
Libertei-me e fui genuino, autêntico. Uma atenticidade que deixara para trás e da qual não sentia falta, talvez porque não me recordava com clareza de como era. Voltei a recordar o que fazia e a forma como o fazia há 7 anos atrás. Afastei-me daquilo que sou para ser aquilo que fui, em tempos. Ontem como à 7 anos apenas quis ser, apenas quis estar, apenas quis fazer. E que bem me soube, de facto, recordar o passado, videndo-o no presente, tal como o fizera noutros tempos.
Com o passar do tempo esquecemo-nos de fazer bem a nós próprios, esquecemo-nos que aquilo que, de uma forma inocente, nos fazia bem e que não deve ir para o album de recordações, deve antes ser vivido para que a recordação não seja uma visão do passado, para que seja uma reprodução no presente.
Hoje regresso à calma, sem música, sem televisão, sem barulho, num magnifico silêncio. Tenho vindo a desapertar o nó. Não sei até quando o vou conseguir manter mais folgado, não sei sequer se está assim tão mais folgado. Estar feliz não deve estar associado a um estado de espírito, deve, isso sim, ser consequência do que vamos fazendo connosco, com quem está à nossa volta, puxando-nos para cima e ajudando a puxar quem nos rodeia. Ficar no buraco a ver o tempo passar e a recordar torna-se por isso uma atitude lamentável, de quem se esquece quem foi, em tempos. O que tem de mais curioso voltar aos lugares do passado é permitirmo-nos ver que ainda lá estão algumas daquelas pessoas que sempre lá estiveram, meros figurantes, mas que nos ajudam a relembrar o que fomos e o que fizemos para sermos felizes. E se voltarmos a esses lugares, então porque não fazer algo que nunca tinhamos feito? Aí sim, melhoramos concerteza.

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